Estudo mostra que Santos segue em alerta para Aedes aegypti. Ralos e vasos são vilões

Como evitar a proliferação e as doenças
A Secretaria de Saúde de Santos concluiu a segunda rodada do ano da Avalição de Densidade Larvária (ADL), um estudo realizado a cada três meses que mede a quantidade de larvas do Aedes aegypti para orientar ações de combate às doenças transmitidas pelo mosquito.
O resultado é que o Município segue em estado alerta para o Aedes aegypti. Por instrução normativa do Ministério da Saúde, a segunda ADL de 2025 foi adiada de abril para maio.
Durante o mês de maio, os agentes de combate a endemias de Santos percorreram 5.388 imóveis, nos quais foram encontrados recipientes com larvas de mosquito. Os focos com larvas foram eliminados e as amostras, levadas para análise no laboratório do Centro de Controle de Zoonoses e Vetor de Santos.
De todas as amostras em recipientes, 139 foram identificadas como do Aedes aegypti, transmissor da dengue, chikungunya, zika e febre amarela urbana.
O índice de infestação é calculado a partir de uma fórmula matemática que divide o total de amostras positivas pelo de imóveis percorridos, multiplicado por 100.
Dessa forma, o município registrou índice de 2,6 recipientes positivos de Aedes aegypti a cada 100 imóveis trabalhados, o chamado Índice de Breteau (IB). O Ministério da Saúde considera ideal índice igual ou inferior a 1. Entre 1 e 3,9 indica situação de alerta, e superior a 4, risco de surto.
Em janeiro deste ano, Santos havia registrado 3,4 recipientes positivos de Aedes aegypti por cada 100 imóveis trabalhados e em abril de 2024, 3,3.
“Diminuímos a infestação de larvas, mas ainda mantivemos um patamar elevado. Mais uma vez, reforçamos a importância da ajuda da população, pois os recipientes onde foram encontradas a maior parte das amostras são aqueles que nós pedimos cuidado há cerca de 30 anos, ininterruptamente”, destacou o secretário de Saúde, Fábio Lopez.
Em 2025, Santos contabiliza 1.906 casos de dengue e 43 casos de chikungunya.
"A importância da prevenção da dengue não pode ser subestimada. Mesmo com as ações de remoção e de controle aliados à orientação da população, não foi suficiente, pois ainda estamos em estado de alerta. A medição dos índices é importante para avaliar a real situação do Município e atuar com estratégias diferenciadas", enfatiza Ana Paula Valeiras, diretora de Vigilância em Saúde.
ONDE ESTÃO AS LARVAS?
Os ralos (interno e externo) e os vasos de plantas foram os locais onde mais se encontraram larvas durante a realização da ADL.
A próxima ADL está programada para julho, conforme calendário regular da atividade. Até o momento, não houve nova recomendação do Ministério para mudança no cronograma. A quarta (e última) avaliação do ano está prevista para outubro.
O MOSQUITO
As fêmeas do mosquito Aedes aegypti depositam ovos em locais de água parada. Esses ovos necessitam de água e calor para eclodir. Assim, surgem as larvas, que mais tarde se transformam em pupa e, por fim, em mosquito.
Somente as fêmeas se alimentam de sangue humano, necessário inclusive para a maturação de seus ovos antes de serem depositados. Porém, se essa fêmea tiver picado uma pessoa infectada por dengue ou chikungunya, ela se torna transmissora dos vírus ao sugar o sangue de outros indivíduos.
VACINA
A vacina contra a dengue segue disponível nas policlínicas para crianças e jovens de 10 a 14 anos. Para completar o esquema vacinal, são necessárias duas doses, com intervalo de três meses entre elas.
PRINCIPAIS DICAS
• Verifique se há água parada em vasos e pratos de plantas
• Pias - verificar vazamentos e manter ralo vedado
• Ralos no chão - tampá-los com tela, caso não sejam do tipo abre e fecha. Aplicar água sanitária duas vezes por semana
• Bandeja externa de geladeira - verificar se há acúmulo de água, limpar e manter seca
• Vaso sanitário e caixas de descarga - manter tampados
• Calhas e lajes - caso não seja possível verificar se acumulam água, procurar identificar sinais de umidade. Em caso afirmativo, providenciar a resolução do problema
• Caixas d'água - verificar a condição das tampas. Solicitar a reposição daquelas ausentes ou quebradas
• Fontes ornamentais, bebedouros de animais domésticos, piscinas - verificar a presença de organismos vivos dentro da água. Fazer limpeza regularmente
ESTRATÉGIAS DE SANTOS AO ENFRENTAMENTO AO AEDES AEGYPTI – ANO INTEIRO
Casa a Casa - programa de visitação de rotina aos imóveis
Mutirão - varredura realizada semanalmente em algum bairro da Cidade
Visitas aos imóveis especiais e pontos estratégicos - locais visitados mensalmente
Imóveis especiais: grande circulação de pessoas - escolas, hotéis, shopping centers
Pontos estratégicos: mais risco de criadouros - borracharias, oficinas, ferros-velhos, cemitérios, obras
Nebulização - aplicação de inseticida no entorno da residência de pessoa infectada para combater o mosquito já na fase adulta, quando está transmitindo as doenças
Armadilhas - Santos possui 481 armadilhas distribuídas por toda a Cidade, monitoradas semanalmente, que mostram o índice de infestação de mosquito no local
Acompanhamento epidemiológico - notificação e investigação de todos os casos de doenças transmitidas pelo Aedes pela Vigilância Epidemiológica
Atividades Educativas - atividades educativas nas ruas, escolas, palestras em empresas e instituições, pedágios em diferentes pontos da Cidade, participação em eventos, estandes temáticos e reuniões em condomínios
Monitoramento com drones em locais de difícil acesso
Atendimento a denúncias - feitas na Ouvidoria Municipal pelo telefone 162 ou site www.santos.sp.gov.br/ouvidoria
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